A dor na mama, conhecida cientificamente como mastalgia, pode acontecer em qualquer idade. E embora muitas mulheres a relacione com o câncer de mama, a mastalgia nem sempre está associada a alguma doença.

A dor como sintoma isolado de câncer de mama subclínico é muito rara, ocorrendo em apenas 0,08 a 2% dos casos.

Estudos apontam que 60 a 80% das mulheres apresentarão a mastalgia em alguma fase da vida. Mas o seu tratamento vai depender da causa.

 

CLASSIFICAÇÃO

A mastalgia é classificada quanto à origem em Verdadeira (proveniente do tecido mamário) ou Referida (extra-mamária, geralmente proveniente da Parede torácica).

A mastalgia verdadeira ainda pode ser subdividida em cíclica e acíclica.

  • Cíclica ( também chamada de mastodinia) : relacionada ao ciclo menstrual
  • Acíclica: sem interferência do ciclo

 

Fisiopatologia da mastalgia cíclica: pode estar relacionado a um desequilíbrio na relação estrógeno e progesterona no final da segunda fase do ciclo menstrual levando ao aumento da prolactina. O estresse excessivo libera opioides reduzindo dopamina e facilitando o aumento da prolactina.

Etiologia da mastalgia acíclica:  Hipertrofia mamaria, macrocistos, medicamentos, câncer, cirurgias mamarias previas, trauma, gestação, ectasia ductal, tromboflebite, mastites.

Medicamentos com potencial de causar mastalgia acíclica:

  • Hormonais: estrogênio, progesterona, clomifeno, ciproterona
  • Antidepressivos, ansiolíticos, antipisicoticos (sertralina, venlafaxina, amitripitilina, aloperidol)
  • Anti-hipertensivos/cardíacos: espironolactona, metildopa, digoxina
  • Antimicrobianos: cetoconazol, metronidazol
  • Miscelânica: cimetidona, domperidona, ciclosporina

Causas de dor extramamária: Doenças coronarianas, pericardite, herpes zoster, costocondrite, bursite escapular, refluxo gastroesofagico, radiculopatia cervical, neurite intercostal, ulcera péptica, trauma na parede torácica.

 

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico de mastalgia é estritamente realizado pela anamnese e exame físico detalhados, sendo que o primeiro passo na investigação é a diferenciação entre a dor originada da parede torácica e dor mamária.

Dados importantes na anamnese: inicio, duração, localização, intensidade, fatores desencadeantes, aliviantes, agravantes ou associados e principalmente relação com ciclo menstrual. Avaliar estado psicológico para afastar origem psicogênica.

Exame físico: examinar cuidadosamente a parede torácica no intuído de excluir causas extramamárias.

Os exames de imagem (mamografia, ultrassom mamária e ressonância magnética de mama) têm pouca validade. Mas devem ser solicitados para exclusão de neoplasia mamária.

 

TRATAMENTO

O manejo da mulher com dor mamária deve iniciar excluindo-se a presença de alguma patologia de base e o esclarecimento à paciente.

O principal tratamento da dor mamária é a orientação verbal. A simples informação passada pelo médico sobre a ausência de relação com o câncer de mama resolve o problema em 85% a 90% das mulheres.

É importante as mudanças comportamentais: uso de sutiã esportivo, atividade física e dieta livre de gordura.

Encontrado a patologia de base, realizar o tratamento especifico para aquela doença.

Para mastalgia relacionada ao ciclo menstrual, optar por de analgésico ou anti-inflamatórios não esteroides (AINES). Se a dor for intensa, um ciclo curto de Danazol, Tamoxifeno, agonistas do hormônio liberador de gonadotrofina (GNRH) Podem ser utilizado de forma individualizada. Esses fármacos inibem o Estrogênio e a Progesterona. Se estrogênio ou progesterona estão sendo usados, a interrupção pode ser necessária.

Em alguns casos é necessário o uso de antidepressivos ou ansiolíticos, pois gera efeito global de melhora.

Apesar de não ter comprovação cientifica, óleo de prímula traz bons resultados em alguns pacientes. É um ácido graxo essencial que leva à redução gradual na proporção dos ácidos graxos saturados. Indicado como tratamento de primeira linha para mastalgia cíclica. Posologia: 1 a 3g/dia por 4 meses.

 

Você sente dor na mama?

Procure um mastologista para investigar e te ajudar.

Dra. Luana Ferreira
Mastologista e Cirurgiã
CRM Ba 30059 / RQE 20044

 

REFERÊNCIAS:

  1. Febrasgo.Dor mamária, março de 2018 acesso no site:Https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/394-dor-mamaria Dia 23/05/2020 às 22:30.
  2. Sociedade brasileira de mastologia.
  3. Mastologia : do diagnóstico ao tratamento [livro eletrônico] / Fábio Bagnoli … [et al.]. – Goiânia : conexão propaganda e editora, 2017.
  4. Doenças da mama: guia de bolso baseado em evidências

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